Marcos Amaro visita a exposição "O Poço" / Divulgação

Marcos Amaro, artista e empresário, esteve em Brasília para conferir sua exposição “O Poço”. Montada no mezanino do espaço, desde março, só agora no final de maio foi aberta à visitação, já que o Museu Nacional da República esteve fechado devido a decretos de contenção da pandemia. Acompanhado da esposa, a pianista e concertista internacional Ksenia Kogan Amaro, foi recepcionado por Sarah Seilert.

 

Além de casados, Marcos e Ksenia são parceiros na vida profissional, como presidente e vice-presidente da Fábrica de Arte Marcos Amaro- FAMA Museu (Itu-SP), um espaço de democratização e fomento da arte brasileira, do moderno ao contemporâneo. O casal também é fundador da Galeria Kogan Amaro, com sedes em São Paulo e Zurique.

 

 É interessante, intrigante e instigante, ao mesmo tempo, apresentar aqui, neste momento de nossas vidas, ‘O Poço’. Este trabalho é composto de obras feitas dentro deste período de isolamento, e vem à luz justamente em Brasília, capital da tomada de decisões. E é um privilégio que essa apresentação se dê nesse belíssimo museu concebido pelo mestre Oscar Niemeyer”, afirma o artista e empreendedor das artes e da aviação.

 

Segundo ele, “O Poço” sugere a reflexão. Pois, por um lado, representa o mergulho em si mesmo, uma fonte de conhecimento. Por outro, o risco de ser puxado para o fundo deste poço”. O trabalho é o segundo ato de seu projeto “Ontologias”, conceituado, principalmente, na interpretação filosófica da natureza do ser, da existência e da realidade.

Marcos Amaro e Ksenia Kogan Amaro / Divulgação

Sobre a Exposição

A mostra, aberta à visitação até 22 de agosto, é composta por 17 obras, entre escultura e desenhos, todas criadas durante o isolamento feito pelo na pandemia. “O Poço” é justamente o resultado da incursão pela técnica de conjunto de desenhos expostos nas paredes do mezanino do museu. Cada tela é feita de múltiplos desenhos que, dispostas em conjunto, alcançam a intenção do discurso do artista.

Outra obra de destaque é a instalação “O Poço”, que nomeia a exposição, onde o visitante vai se ver refletido. A intervenção é uma alusão direta ao conceito de “Ontologias”.

Em uma outra série, “O Corvo”, a figura do artista se divide em uma figura maior de um rosto em cinco partes. Neste quebra-cabeça, as sombras dos corvos pousam nas mais diversas poses e espaços da tela.

Exposição “O Poço” em cartaz no Museu Nacional da República / Divulgação

Ontologias

A mostra “O Poço” faz parte de “Ontologias”, projeto que marca uma nova fase na carreira de Marcos Amaro. Aqui, o artista trabalha de forma mais introspectiva, por meio de esculturas, pinturas e desenhos em menor escala.

 

Assim como os artistas Heidegger, Bacon e Goya, que se deixaram influenciar fortemente por contextos históricos adversos e contundentes das guerras para falar do ser humano, Marcos Amaro fechou-se em sua residência por conta de uma quarentena, abrindo-se para uma pesquisa infinita sobre si mesmo.

 

“Ontologias” surgiu num dos momentos mais críticos da história da humanidade, em pleno isolamento social imposto pela pandemia Covid-19, através da necessidade do artista em trabalhar a condição humana a partir de si próprio.

 

A mostra “O Poço” é esse espelho. Coloca o espectador diante de si mesmo, da mesma forma que fez o artista ao confrontar-se consigo num período atípico de recolhimento.

 

“A grosso modo, Ontologia na filosofia é a ciência do ser enquanto ser. Para o polêmico Martin Heidegger, ‘Ontologia’ trata da existência em determinado contexto, ou seja, a possibilidade de ser, que varia faticamente de acordo com situação. Paradoxalmente, para ele, o homem, quando questiona a si mesmo, o faz como uma forma de se esconder das angustias. A mostra “O Poço” é esse espelho. Coloca o espectador diante de si mesmo, da mesma forma que fez o artista ao confrontar-se consigo num período atípico de recolhimento”. Por Tatiana Gonçales

 

Sobre o artista

Marcos Amaro nasceu em São Paulo, em 1984. É empresário e artista visual. Estudou Economia na FAAP e se formou em Filosofia pelo Instituto Gens Educação e Cultura. Foi membro do conselho da TAM Linhas Áreas, além de atuar no ramo de óticas. Paralelamente, ao longo de toda a sua formação, o profundo interesse pela arte e seu estudo.

 

Como artista realizou exposições no Centro Cultural dos Correios, em São Paulo e no Rio de Janeiro, MACS, MARCO, MARGS, FUNARTE, Biblioteca Mário de Andrade, Fundação Ema Klabin. Participou da SP ARTE, ART BASEL, ART ZURICH e das Bienais: Salerno e Curitiba.

 

Por ter criado a Fábrica de Arte Marcos Amaro, FAMA Museu, foi indicado ao prêmio de melhor museu e equipamentos culturais pelo governo do Estado de São Paulo em 2020. Atualmente é sócio fundador e presidente do conselho da Amaro Aviation, sócio da LogBras e fundador da Galeria Kogan Amaro (São Paulo – Zurique). É também presidente da Fábrica de Arte Marcos Amaro e membro dos conselhos do MAM-SP e MASP.

 

Serviço

Exposição “O Poço” de Marcos Amaro

Visitação: de 28 de maio até 22 de agosto de 2021

Horário de visitação: Sexta-feira a Domingo, das 10h às 16h (enquanto durar a pandemia)

Local: Museu Nacional da República – Conjunto Cultural da República

Endereço: Setor Cultural Sul, Lt. 02 – Asa Sul – Brasília – DF

Aberto ao público

*Lotação do salão: 30 pessoas. Completada a capacidade, será formada fila de espera.

 

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