O mestre do cinema italiano Federico Fellini ganha uma importante mostra no Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB Brasília – de 01 a 27 de dezembro de 2020 com entrada franca. “Fellini, Il Maestro” homenageia os 100 anos de nascimento do grande cineasta, celebrado em 20 de janeiro de 2020. Serão exibidos vários clássicos que reafirmam a riqueza dos personagens criados pelo gênio da sétima arte.
A programação, além dos filmes, contará com Masterclass e Debate gratuitos, além de um excelente livro-catálogo, com mais de 400 páginas, onde constam artigos críticos, ensaios, entrevistas, filmografia, fotos, etc. Para ganhar o catálogo, basta juntar cinco ingressos de sessões da mostra no cartão fidelidade, com direito a um catálogo por CPF.
A Mostra “Fellini, Il Maestro” passou pelos CCBBs Rio de Janeiro e São Paulo e seria exibida em Brasília entre março e abril. Com a pandemia, sua data foi adiada e finalmente toda a obra do gênio do cinema italiano chega ao CCBB Brasília, de graça, com respeito aos protocolos de segurança recomendados pela OMS (Organização Mundial da Saúde).*
A programação será aberta com uma Masterclass online no dia 01 de dezembro (terça), às 20 horas, com Tania Montoro. “É uma aula introdutória onde pretendo mobilizar o público para apresentar a obra de Federico Fellini, um dos maiores realizadores do cinema no pós-guerra, integrante da geração de ouro italiana que lançou o Neorrealismo e consolidou o cinema do país, nas décadas de 1950, 1960 e 1970, como sinônimo de elevada qualidade artística e intensa comunicação com o público.” Revela Tania Montoro.
“O estilo particular do cineasta, que se manifestava desde a escolha de temas com elementos autobiográficos até o registro onírico e tragicômico de encenação, levou ao uso do adjetivo felliniano. Pretendo exibir trechos selecionados de filmes com análises sobre a linguagem cinematográfica e o estilo singular de fundir realidade e ficção.” Convida.
No dia 17 de dezembro (quinta), às 20 horas, é a vez do Debate online com as participações de João Lanari Bo e Tania Montoro. “Vamos fazer uma interlocução e interação qualitativas sobre os filmes que mais impactaram; e as diferentes formas de recepção que a obra, sempre muito atual, provoca. É um diálogo aberto sobre a relação dialética, que se estabelece entre personagens, diálogos, cenários, histórias, dentro do marco de um cinema com elevada qualidade artística.” Descreve Tania Montoro.
Os acessos à Masterclass e ao Debate são livres através de link que será disponibilizado nas redes sociais do CCBB-DF: www.facebook.com/ccbb.brasilia www.instagram.com/ccbbbrasilia e www.twitter.com/ccbb_df
No dia 22 de dezembro (terça), às 16:30, o filme “Amacord” ganha uma sessão inclusiva para deficientes visuais e auditivos.
O projeto é patrocinado pelo Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A retrospectiva tem curadoria de Paulo Ricardo Gonçalves de Almeida, com produção de Voa, com 24 títulos programados, incluindo a obra de estreia de Fellini, “Mulheres e Luzes”, de 1950, codirigido por Alberto Lattuada, indo até o último filme do mestre, “A Voz da Lua”, de 1990.
O curador Paulo Ricardo Gonçalves de Almeida conta: “A mostra traz todos os filmes dirigidos por Fellini. Talvez o mais conhecido diretor de cinema do mundo, a ponto de virar adjetivo, Fellini teve muitas faces, do neorrealista ao onírico, passando pelo crítico social implacável. Todos eles estão presentes na mostra”.
Sobre Federico Fellini:
Abismo de Um Sonho (1952) foi o primeiro longa-metragem que Fellini assinou sozinho a direção. Logo depois, em 1953, ele lançou Os Boas-Vidas (1953), que iniciou, com o Leão de Prata no Festival de Veneza, uma sucessão de prêmios em sua carreira. O primeiro Oscar de Melhor Filme estrangeiro veio com A Estrada da Vida (1954). Para Noites de Cabíria (1957), Fellini se inspirou nas notícias de uma cabeça de mulher decepada e nas histórias contadas por Wanda, a prostituta que conheceu no set de A Trapaça (1955). Noites de Cabíria ganhou o Oscar de Melhor Filme estrangeiro e, Giuletta Masina, o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes.
O fenômeno da Hollywood no Tibre, em 1958, em que estúdios americanos lucravam com o trabalho barato em Roma, permitia que jornalistas roubassem fotos de celebridades na Via Veneto. Daí veio a inspiração para A Doce Vida (1960) um sucesso de bilheteria que ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes e eternizou a cena de Anita Ekberg na Fontana di Trevi.
Em carta a Brunello Rondi, Fellini esboçou suas ideias sobre um homem sofrendo de bloqueio criativo. Ele se decidiu pelo título auto-referencial 8 1⁄2, mas não sobre o que o personagem fazia para viver. Fellini narraria tudo o que lhe havia acontecido: faria um filme sobre um diretor que não sabe mais qual filme ele quer fazer. 8 1⁄2 ganhou os Oscars de Melhor Filme Estrangeiro e de Melhor Figurino.
Julieta dos Espíritos (1967) foi seu primeiro filme a cores. Em março de 1971, Fellini começou a produção de Roma, coleção aleatória de episódios inspirados pelas memórias e impressões do diretor sobre a cidade.
Em 1973, Fellini dirigiu Amarcord, vagamente baseado em seu ensaio autobiográfico “Minha Rimini”. Em 1989, realizou A Voz da Luz, seu último filme. Em 1993, Fellini ganhou um Oscar Honorário, em reconhecimento pela sua carreira.
“A grande descoberta de Fellini após seu período neo-realista foi o trabalho de Carl Jung. Depois de conhecer o psicanalista Ernst Bernhard, no começo dos anos 1960, Fellini leu a autobiografia de Jung, Memórias, Sonhos, Reflexões, e experimentou LSD. Bernhard também recomendou que Fellini consultasse o I Ching e mantivesse um registro de seus sonhos. O foco de Bernhard na psicologia junguiana provou-se a maior influência no estilo maduro de Fellini e marcou o ponto de virada em sua obra do neo-realismo para o onírico. Como consequência, as ideias de Jung sobre o anima e o animus, o papel dos arquétipos e o inconsciente coletivo influenciou diretamente filmes como 8 1⁄2 (1962), Julieta dos Espíritos (1965), Fellini Satyricon (1969), Casanova de Fellini (1976) e Cidade das Mulheres (1980)”, comenta o curador Paulo Ricardo Gonçalves de Almeida.
Federico Fellini morreu em Roma, em 31 de outubro de 1993, ao 73 anos, de ataque cardíaco, um dia depois da celebração dos 50 anos de casamento com Giulietta Masina. O funeral, no Estúdio 5 da Cinecittà, seu favorito, atraiu 70 mil pessoas. Cinco meses depois, Giulietta faleceu de câncer no pulmão. Fellini, Masina e o filho Pier Federico estão enterrados na entrada principal do cemitério de Rimini.
Programação:
01/12 (terça):
20:00 – Masterclass com Tania Montoro. Livre
02/12 (quarta):
17:00 – Amores na Cidade (Itália, 1953). 115 min. Livre.
20:00 – Entrevista (Itália, 1987). 108 min. Livre.
03/12 (quinta):
17:00 – A Trapaça (Itália, 1955). 113 min. Livre.
20:00 – A Estrada da Vida (Itália, 1954). 108 min. Livre.
04/12 (sexta):
17:30 – Abismo de Um Sonho (Itália, 1952). 86 min. Livre.
19:45 – Amarcord (Itália, 1973). 123 min. Livre.
05/12 (sábado):
14:00 – Mulheres e Luzes (Itália, 1950). 93 min. Livre.
16:30 – Noites de Cabíria (Itália, 1957). 110 min. Livre.
19:30 – Oito e Meio (Itália, 1962). 138 min. Livre.
06/12 (domingo):
13:30 – Abismo de Um Sonho (Itália, 1952). 86 min. Livre.
16:00 – Bocaccio 70 (Itália, 1962). 205 min. Livre.
20:15 – Os Palhaços (Itália/França/Alemanha, 1970). 92 min. Livre.
08/12 (terça):
17:45 – A Director`s Notebook (EUA, 1969). 60 min. Livre.
19:45 – Satyricon de Fellini (Itália, 1969). 129 min. 14 anos.
09/12 (quarta):
16:45 – Histórias Extraordinárias (Itália/França, 1965). 121 min. Livre.
19:45 – A Voz da Lua (Itália, 1990). 122 min. Livre.
10/12 (quinta):
16:30 – Amarcord (Itália, 1973). 123 min. Livre.
19:30 – E la Nave Va (Itália, 1983). 132 min. Livre.
11/12 (sexta):
16:00 – A Cidade das Mulheres (Itália/França, 1980). 139 min.
19:15 – Casanova de Fellini (Itália, 1976). 155 min. 14 anos.
12/12 (sábado):
14:30 – A Voz da Lua (Itália, 1990). 122 min. Livre.
17:30 – Julieta dos Espíritos (Itália, 1965). 137 min. Livre.
20:45 – Ensaio de Orquestra (Itália, 1978). 70 min. Livre.
13/12 (domingo):
14:30 – Entrevista (Itália, 1987). 108 min. Livre.
17:30 – Noites de Cabíria (Itália, 1957). 110 min. Livre.
20:15 – Mulheres e Luzes (Itália, 1950). 93 min. Livre.
15/12 (terça):
17:00 – Ginger e Fred (Itália, 1986). 125 min. Livre.
20:00 – Os Boas Vidas (Itália, 1953) 107 min. Livre.
16/12 (quarta):
17:45 – A Diretor’s Notebook (EUA, 1969). 60 min. Livre.
19:45 – Satyricon de Fellini (Itália, 1969). 129 min. 14 anos.
17/12 (quinta):
14:00 – Estrada da Vida (Itália, 1954). 108 min. Livre.
17:00 – Oito e Meio (Itália, 1962). 138 min. Livre.
20:00 – Debate Fellini com Tania Montoro e João Lanari Bo. Livre.
18/12 (sexta):
17:15 – Os Palhaços (Itália/França/Alemanha, 1970) 92 min. Livre.
19:45 – Roma (Itália, 1972). 120 min. Livre.
19/12 (sábado):
16:00 – Histórias Extraordinárias (Itália/França, 1965). 121 min. Livre.
19:00 – A Doce Vida (Itália, 1960). 174 min. Livre.
20/12 (domingo):
14:30 – A Trapaça (Itália, 1955). 113 min. Livre.
17:30 – Ginger e Fred (Itália, 1986). 125 min. Livre.
20:45 – Ensaio de Orquestra (Itália, 1978). 70 min. Livre.
22/12 (terça):
16:30 – Amarcord (sessão inclusiva) (Itália, 1973). 123 min. Livre.
19:30 – A Cidade das Mulheres (Itália/França, 1980). 139 min. Livre.
23/12 (quarta):
16:15 – E la Nave Va (Itália, 1983). 132 min. Livre.
19:30 – Julieta dos Espíritos (Itália, 1965). 137 min. Livre.
26/12 (sábado):
16:15 – Os Boas Vidas (Itália, 1953) 107 min. Livre.
19:00 – A Doce Vida (Itália, 1960). 174 min. Livre.
27/12 (domingo):
18:55 – Casanova de Fellini (Itália, 1976). 155 min. 14 anos.
19:45 – Roma (Itália, 1972). 120 min. Livre.