O Carnaval em Brasília cresce vertiginosamente a cada ano. Foi-se o tempo onde outros roteiros eram predominantes e a cidade ficava vazia nesta época. A ocupação das quadras com novos blocos de rua é muito bem-vinda, assim como o respeito aos pioneiros desta tradição que evoca uma metrópole que tem o céu como limite.
A Banda Ventoinha de Canudo faz parte desta história. Nascida em 2004, é reconhecida como a primeira formação de banda de pífanos genuinamente brasiliense. São dezessete anos de continuada e permanente atuação nos Carnavais de rua e em diversos eventos, festivais e projetos culturais do Distrito Federal.
O repertório do grupo abrange uma variedade de estilos e temas representativos da cultura popular brasileira que caracterizam as tradicionais bandas de pífanos do país. Cantigas anônimas de tradição oral, baiões, marchinhas de carnaval, frevos, xotes, cirandas, ijexás, entre outros, são exemplos de estilos que compõem o universo do Ventoinha de Canudo. Dentre as músicas escolhidas, estão também aquelas composições de nomes consagrados de nossa música, como Luiz Gonzaga, Hermeto Pascoal, Banda de Pífanos de Caruaru, Sivuca e Jackson do Pandeiro.
A Banda Ventoinha de Canudo celebra a diversidade e convida a todos a brincarem juntos a Folia de Momo de forma inclusiva, em duas datas: No domingo e terça de Carnaval (23 e 25 de fevereiro).
A “Ventoinha na Tesourinha – 17 Anos Fazendo o Carnaval de Rua de Brasília” vai contar com a participação da Orquestra Alada Trovão da Mata e Bonecos Gigantes no dia 23 de fevereiro (domingo).
Já no dia 25 de fevereiro (terça) a festa faz os Bonecos Gigantes dançarem e seguirem o cortejo com muitas cores e ritmo. São dois dias de celebração na Babilônia Norte (205/206 Norte), com entrada franca e concentração a partir das 16:20.
“A Banda Ventoinha de Canudo segue a tradição de incentivar pessoas de todas as idades, orientações sexuais e identidades de gênero, religiões e classes sociais a vivenciarem a liberdade de expressão sem preconceito ou discriminação.” Convida Mariana Baeta, coordenadora do projeto que tem o aporte do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF e que conta também com o apoio cultural do Macarrão na Rua.
“A banda faz parte do conjunto de manifestações artísticas que integram a cultura local do DF e que ajudam a construir o sentimento de pertencimento entre os moradores da região. O Ventoinha de Canudo se orgulha por ser referência em arte e cultura para diferentes gerações de brasilienses.” Celebra Dani Neri, produtora-executiva do projeto e uma das principais fundadoras da banda.
“Além de brincar o Carnaval e celebrar a liberdade, o grupo também se reuniu com o fim de praticar, valorizar, difundir e inserir, permanentemente, a cultura das Bandas de Pífanos na cena cultural do DF.” Completa Mariana Baeta.
Sobre a Banda Ventoinha de Canudo:
A Banda Ventoinha de Canudo é formada por músicos e artistas renomados da cidade, como Dani Neri, Davi Abreu, Gabriela Tunes, George Lacerda, Ivaldo Tarzan, Juliana Sarkis, Maíra Oliveira, Mariana Baeta, Pedro Tupã, Fernando Bera e Ruiberdan Saúde. Sua instrumentação conta com pífanos e percussão. O grupo pode ser visto e ouvido de longe com seu estandarte brilhante, suas roupas e chapéus coloridos, customizados por cada integrante. Ao tocar músicas alegres e dançantes, o Ventoinha de Canudo contagia e embala pessoas de todas as idades.
O estudo e a pesquisa sobre as canções regionais do país e sua diversidade instigam seus integrantes a aprender, valorizar e a manter vivo um patrimônio cultural capaz de revelar importantes aspectos de nossa identidade sociocultural, indo na contramão da “pasteurização cultural” promovida pela grande mídia.
Desde a sua criação, a banda se apresenta em diversos eventos culturais do DF, como Festival Musicar, Carnaval no Parque, Encontro de Teatro Lambe-lambe de Brasília, 12º Festival Taguatinga de Cinema, Festa Junina do CCBB, Bloco Rejunta Meu Bulcão, Carnaval do Conjunto Nacional, Carnaval da Escola Moara. No Encontro de Pífanos de Brasília, em 20138, a banda teve a honra de tocar ao lado dos Mestres cearenses da Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto, principal referência do grupo.
De 2007 a 2018, a Banda animou o Bloco da Tesourinha, que saía aos domingos e terças de Carnaval, fazendo o percurso de ocupação da Tesourinha da 209/210 Norte.
Em 2019, o bloco se reinventou e passou ocupar a comercial das quadras 205/206 Norte no domingo e na terça de Carnaval. “Aha! Uhu! A Tesourinha é nossa!” O direito à cidade é uma das bandeiras mais importantes do grupo. Em 2020, a banda Ventoinha de Canudo completa 17 anos de existência e resistência, tornando-se uma das referências do Carnaval de Rua do DF. O Bloco tem as ricas participações da Orquestra Alada Trovão de Mata e do Projeto Bonecos Gigantes, da mestra Tetê Alcândida, que ministrará oficinas de construção, manipulação e cortejos o durante o mês de fevereiro.
O evento tem a coordenação da atriz, bonequeira, produtora e brincante Mariana Baeta, integrante da Banda desde a sua fundação.