De acordo com uma pesquisa da Fiocruz, 34% dos fumantes brasileiros declararam ter aumentado o número de cigarros fumados durante a pandemia. Este crescimento, ainda de acordo com o estudo, está associado à deterioração da saúde mental dos tabagistas, com piora de quadros de depressão, ansiedade e insônia.
A pesquisa apontou que o aumento no consumo foi ainda maior entre aqueles que também afirmaram ter piora no sono (45,5%) e agravamento de sentimentos de solidão (39,6%), tristeza (46,3%) e nervosismo (43,3%).
Só no Brasil, segundo um levantamento da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), os casos de ansiedade aumentaram em 80%. O psiquiatra Luan Diego Marques explica que com o distanciamento social as pessoas ficaram mais apreensivas e inseguras em relação ao emprego, à possibilidade de contrair a doença, preocupadas com a manutenção da renda e com a saúde.
“Toda essa ansiedade acumulada foi descontada no cigarro, em bebidas alcoólicas e até drogas. O futuro incerto acaba afetando o psicológico e ansiedade, resultando em insônias e até mesmo um quadro de depressão”, explica.
O especialista também alerta: a ajuda médica nessas horas é bem vinda e em alguns casos, indispensável.
“A nicotina gera dependência, então o fumante que não consegue largar o vício sozinho, não deve se sentir fraco. Procurar um médico nessas horas é fundamental”, ressalta.
Dia Mundial sem Tabaco
Em 31 de maio é dia da luta mundial antitabaco. Neste contexto, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) alerta: fumar é fator de risco para contrair infecções respiratórias e agravar o quadro dessas doenças, incluindo a COVID-19.