Freepik/Divulgação

Sertanejo, rock, mbp, pop, funk… Não importa o estilo, o que conta é o benefício. Uma boa música tem o poder de despertar sentimentos, relaxar, ajudar na concentração e muito mais. Quando se trata de crianças, a música é ainda mais importante, pois ajuda a desenvolver os sentidos, trabalha a coordenação motora, a percepção dos sons, a memória e entre outros, como explicam especialistas. 

Não é à toa que, no início da vida, os pequenos aprendem por meio de cânticos, seja em casa ou na escola. A professora Suzana Guedes explica que isso acontece porque a música é um recurso pedagógico poderoso e lúdico que pode ser usado para o desenvolvimento de várias competências. “Por meio dos sons, as crianças descobrem o mundo, liberam as emoções e se sentem mais confiantes”, acrescenta a profissional, do Colégio Everest Brasília. 

Nas escolas, as aulas de música acontecem coletivamente, com as crianças praticando em grupos. De acordo com Suzana, isso fortalece vínculos afetivos e estimula o desenvolvimento de habilidades socioemocionais fundamentais para a vida.

O professor Cleudiberto Sousa, que também leciona música, destaca que além de ser facilitadora do processo de ensino-aprendizagem, a educação musical  para crianças e jovens possui inúmeras formas, e quando utilizada em sala de aula, desenvolve diferentes ações e habilidades como: o raciocínio, a criatividade, promove a autodisciplina e desperta a consciência rítmica e estética. 

“Os benefícios diretos de aquisição cultural refletem na nossa saúde, no bem-estar, na autoestima, no desenvolvimento de habilidades, no capital social e no retorno econômico. Além disso, refletem-se em nossa história, em nosso patrimônio e na forma como expressamos nossas ideias e criatividade”, observa o educador, conhecido como Beto Soul.

Tratamento 

O pequeno Arthur, de 8 anos, faz aulas de música regularmente. A música é ainda mais importante para ele, que tem transtorno do processamento auditivo central (TPAC), uma alteração ou falta de habilidade na recepção, análise e processamento da informação que chega por meio do som. “Desde pequeno, percebemos a influência musical no Arthur. Hoje, ele faz aulas de violão e adora. Nos estamos muito felizes, pois a concentração exigida para meu filho aprender as notas durante a aula melhora o entendimento auditivo e, como consequência, ajuda no tratamento do TPAC”, conta a advogada Ana Claudia Nerosky, mãe da criança.

Para contribuir com o processo, a família foi aconselhada a conversar com o menino enquanto ouvia música. “Ele precisa se concentrar no que está sendo dito. Ainda que o ambiente tenha outros ruídos, funciona do mesmo jeito durante a aprendizagem do instrumento ”, adiciona a mãe. “Tudo isso favorece a formação dele como pessoa, além de contribuir para o amadurecimento desse processamento em si, ajudando em vários momentos, desde acordar até a hora de dormir novamente.”

Aptidão: como identificar?

Conforme enfatiza a professora Suzana Guedes, o desejo e aptidão pela música acontecem naturalmente, de forma inerente a todo ser humano, especialmente na infância. “Cabe ao educador e às famílias oferecerem o maior número possível de atividades e opções de gêneros e instrumentos musicais para a criança explorar livremente, e, dessa forma, dar início ao letramento musical”, destaca. 

Conhecimento para todos 

Nem todas as escolas têm aulas específicas de música. Da mesma forma, nem todos os pais e responsáveis podem custear professores particulares. Por isso, projetos sociais são fundamentais para que crianças e jovens em situação de vulnerabilidade tenham acesso à educação musical de qualidade. Em Brasília, um dos exemplos é o projeto Sons da Juventude, projeto que oferece aulas de violão gratuitas. Realizado pelo Instituto Brasil Sapiens, o curso tem apoio da Secretaria da Família e Juventude do Distrito Federal.

Já em andamento, as aulas ocorrem na Faculdade Cerrado, em Taguatinga, para 480 jovens do DF. “Projetos como este valorizam a diversidade cultural do país, assim também fortalecendo os laços comunitários, promovendo a inclusão social, e estimulando o desenvolvimento econômico do setor cultural”, conclui Beto Soul, que é professor do projeto.

Deixe um comentário