Foto: Freepik/Divulgação

A busca por um estilo de vida mais consciente e sustentável não se limita somente à alimentação. No mercado da beleza, algumas marcas já disponibilizam cosméticos com formulações que não agridem a pele e nem o meio ambiente. Esse novo movimento, chamado de clean beauty (beleza limpa), ganhou força nas prateleiras mundo afora devido ao propósito de valorizar produtos que contêm apenas ingredientes naturais.

Os produtos devem ter o mínimo possível de toxinas e ativos ecologicamente corretos para serem considerados clean beauty. Catharina Camargo, proprietária da Simple Organic no Iguatemi Brasília, explica que a busca pelo equilíbrio entre o autocuidado e a sustentabilidade ajudou o movimento a fazer parte da rotina de beleza das brasileiras. A loja é especializada em cosméticos naturais e veganos.

‘‘Com a disseminação da informação e a globalização, as pessoas vêm tomando consciência do seu poder diante de grandes indústrias, ao mesmo tempo que esperam das empresas a responsabilidade com a saúde e o meio ambiente. Isso tornou o consumidor mais exigente em relação à qualidade dos produtos e à sua origem. Essa preocupação tem influenciado a rotina de cuidados pessoais’’, relata.

No universo clean beauty, substâncias como parabenos, silicones, sulfatos e fragrâncias sintéticas não podem ser utilizadas na formulação de produtos. Segundo Catharina, componentes como esses podem causar desde irritação até problemas graves de saúde.

‘‘Tais substâncias possuem alto potencial cancerígeno e alergênico, pois foram criadas apenas para deixar o produto na conservação ou consistência almejadas. O pó compacto, por exemplo, é utilizado para tornar a maquiagem facial mais opaca e possui, em sua composição, amianto e asbesto – substâncias altamente cancerígenas”, explica.

Além do impacto à saúde, a preocupação do movimento está atrelada ao consumo sustentável. Embalagens que não agridem a natureza ou que passam por reciclagem são priorizadas pelo clean beuaty

Em razão dessas demandas mais clean, as marcas precisam ser cada vez mais transparentes com os consumidores, comprovando a eficácia dos ativos e detalhando no rótulo os componentes manipulados. Catharina comenta que a Simple Organic utiliza a loja física, além das redes sociais e do próprio site para mostrar os benefícios, a origem e a forma sustentável de cada ingrediente dos cosméticos, incluindo a política interna de ser totalmente orgânica e cruelty free.

Segundo ela, o movimento deve ser abraçado por todos. “O indivíduo que adquire um produto que não faz mal a sua saúde e nem a do planeta passa a ter consciência de que a produção também é um ponto de preocupação dessa indústria. Precisamos desse engajamento para que o consumidor faça parte dessa rede de forma sustentável também. Devemos construir um mercado positivo de mudança”, finaliza. 

Deixe um comentário